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07 de Abril: Dia Mundial do respeito pela saúde e de quem trabalha para defendê-la

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Uma crise humanitária precisa de uma resposta humanitária. Uma situação de calamidade exige atitudes sociais diferenciadas. O ano de 2020 virou cenário de uma pandemia causada por um vírus altamente letal. Milhões de pessoas infectadas e milhares de vítimas fatais são divulgadas pelos números que teimam em aumentar a cada dia. O mundo globalizado foi um campo fértil para disseminação da doença conhecida como Covid-19.

Chefes de todas as nações atingidas pela Covid-19 buscam – cada um à sua forma – combater o avanço da doença em seus países. Estimulados pelas “ordens” do mercado ecônomico, preferem manter as portas abertas para o avanço do coronavírus. Alguns compreendem tardiamente que o isolamento social é a melhor forma de diminuir a proliferação do vírus. Outros, estupidamente, disseminam suas crenças negacionistas ao que está sendo visto nos dados que diariamente atualizam para muito mais casos.

O Brasil tenta manter esforços locais para conter o coronavírus e o mandatário maior produz patéticas demonstrações para negar o caos social em curso no país. Sem qualquer conhecimento sobre saúde – nem mesmo da sua própria -, o presidente estimula substâncias medicamentosas ainda sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. Parece imaginar que estimular o medicamento de um dos seus arrebanhados apoiadores não seria algo que fosse descoberto facilmente pela imprensa.

A capital baiana e várias cidades do interior tem dado alguma mostra de eficiência na contenção. Boa parte da população compreendeu a necessidade de se manter em distanciamento. Empresas salvaguardam seus colaboradores e instituições contribuem para diminuir as privações de pessoas desprovidas de alguma dignidade neste momento. Falta um pouco mais de empenho de nossos cidadãos para que o isolamento social seja eficaz e diminua ainda mais, a curva gráfica apontada por especialistas.

O dia 07 de abril é um marco histórico para a saúde e também para a imprensa. O papel social exercido pelos jornalistas que zelam pela boa informação tem sido fundamental na conscientização da sociedade e o combate às fake news, as meias-verdades e as mentiras favorecem a verdade dos fatos.

Mas, os maiores combatentes que o coronavírus está enfrentando nessa guerra somos nós, servidores públicos. Cada função é importante nesse combate contra o inimigo biológico. Notadamente que os colegas da saúde estão na linha de frente e merecem todo nosso elogio, palmas nas janelas e agradecimentos. Por outro lado, além dos agrados emocionais, se faz necessário ter proteção, valorização e condições estruturais para exercerem suas atividades com precisão. Nossa cidade ainda carece de compreensão do universo da saúde pública por sua alta gestão na área. Politizar os destinos de algo tão sensível para a sociedade é perigoso e muito ineficaz.

Precisamos prover conforto para quem tem lidado diretamente com os pacientes. São homens e mulheres que não retornam para suas casas para manterem os cuidados com os doentes e protegerem famílias e vizinhos. São vidas sendo doadas para garantir o zelo com que precisa de amparo nos leitos. São pessoas que estão em alto estágio de cansaço físico e mental, mas não se permitem perder batalhas pela preservação da vida. Máximo respeito é devido aos trabalhadores da saúde.

Saúde é direito de todos e essa responsabilidade também é de todos. O engajamento se faz necessário e a participação social nos conselhos de saúde é condição fundamental para o aprimoramento das políticas públicas. Esse colegiado deve ser autônomo, paritário e eficaz em suas ações para fortalecimento do Sistema Único de Saúde nos municípios. Quem faz o SUS ser uma referência mundial necessita de respeito ao seu trabalho. Quem confia no SUS como amparo à saude necessita de respeito à sua cidadania. Quem gerencia o SUS no município necessita de respeitar e conhecer a gênese dessa importante política pública.

O Dia Mundial da Saúde em 07 de abril de 2020 será mais o lembrado, pois foi o ano de uma das mais intensas demonstrações de compromisso com a saúde protagonizadas pelos trabalhadores. Uma pandemia que teve o enfrentamento feito por profissionais empenhados mesmo diante da estupidez ou falta de capacidade dos gestores públicos. Um ano em que a ciência terá a sua reafirmação contra o desmonte promovido por políticos bestiais. Um ano em que a nossa gente aprendeu o verdadeiro valor dos cuidados com a saúde individual e coletiva.

Humberto Costa é presidente da Associação dos Servidores Municipais de Saúde de Salvador (ASMS)

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