ASMS repudia tentativa de retrocesso na Política Nacional de Saúde Mental
As mudanças que devem ser impostas pelo (des) governo Bolsonaro e que tem guarida no Ministério da Saúde podem revisar portarias que estruturam a política de saúde mental no País.
Até o momento, poucas entidades pelo Brasil se posicionaram na vanguarda da defesa pelo direito à uma sociedade sadia. De maneira diligente, cerca de 900 psiquiatras se mobilizaram para combater a forma estúpida com que a pasta federal pretende orientar as políticas de saúde mental no país.
Segundo o presidente da Associação Municipal de Servidores da Saúde de Salvador (ASMS), Humberto Costa, as medidas propostas pelo governo causarão imenso retrocesso nas políticas de saúde mental. “O Sistema Único de Saúde mantém uma rede de cuidados que foi conquistada com mobilizaçâo social e que teve a Reforma psiquiátrica como principal resultado dessa luta. Tudo isso será jogado no lixo se o Ministério da Saúde revogar as portarias existentes. O modelo de atenção centrado no indivíduo, família e contexto social será esfacelado. Nossa entidade repudia com veemência esse retrocesso “, disse Humberto Costa.
Ressaltando a necessidade de fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), o presidente da ASMS lembra da falta de investimento no Sistema Único de Saúde (SUS) para o financiamento adequado do atendimento em saúde mental. “Enquanto os recursos públicos financiam centros terapêuticos que são verdadeiros depósitos humanos liderados por charlatões, a RAPS sofre sem financiamento suficiente para prover o atendimento feito por profissionais qualificados e comprometidos. Uma distorção social bizarra que incomoda. Agora, o governo federal que retroceder aos tempos sombrios do Holocausto brasileiro”, disse Costa fazendo referência a um livro que retrata os maus-tratos da história do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais. A instituição é apontada como responsável pela morte de cerca de 60 (sessenta) mil pessoas internas no atendimento psiquiátrico.
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