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Mais um golpe no mês de março: reforma da previdência municipal é aprovada pelos vereadores de Salvador

Previdência Municipal foi aprovada de forma açodada pelos vereadores

A reforma da previdência municipal aprovada pelos vereadores de Salvador traz reflexões importantes e necessárias para que sejam feitas. O chamado “Efeito Orloff” mostrará que os colegas ainda em plena atividade no serviço público serão prejudicados de maneira absurda. Aposentadorias e pensões diminuídas significativamente em clara precarização desse momento. Os aposentados já sofrem atualmente com as condições do regime próprio. Desde o atendimento na sede do antigo Previs até cálculos errados nos benefícios, a saga dos colegas aposentados é dolorida neste momento, onde o conforto deveria ser item fundamental da vida após tanto sacrifício em nome da cidade.

Por outro lado, quem deveria defender o Município e seu capital humano parece se encantar com o som palaciano às vésperas das eleições. Nossos representantes preferiram arriscar suas vidas durante a pandemia para aprovar o projeto se reforma da previdência municipal de forma veloz. Audiências públicas sem público, reuniões quando os decretos exigiam isolamento social e uma sessão semipresencial sem condições suficientes de fazer a discussão prevista no Regimento Interno para que os ritos fossem observados. Um espetáculo de equívocos, porque não dizer, erros.

As contradições foram as mais diversas e que o futuro mostrará de forma contudente. Um projeto que em menos de três semanas de sua apresentação no protocolo da Câmara Municipal foi aprovado. Em menos de duas semanas, o texto foi “analisado” pelos vereadores. Ressalte-se que cálculos atuariais não são feitos por qualquer profissionais das Ciências Contábeis, necessitando pra isso, formação específica. Fica o questionamento: qual dos vereadores conseguiria compreender a dinâmica desses números em tão pouco tempo ou acolheram apenas as falácias em torno de um defícit projetado para daqui a 35 anos?

Quem causou o rombo na Previdência não foram os servidores, aliás, nós contribuimos desde o primeiro mês em que assumimos nossa função no serviço público e depois dela. A gestão temerária nunca foi feita por nós que ao contrário, depositamos valores significativos todos os meses para que esse montante seja gerido por apadrinhados políticos ao longo da história do Instituto de Previdência do Servidor.

Março agora carrega mais um golpe. Aprovaram a reforma da previdência bem na véspera do “aniversário” do golpe de 64. Outro atentado contra a democracia protagonizado pelos donos do poder. O futuro nos parece sombrio nesse aspecto, mas a cidade saberá quem aprovou tal arremedo de reforma seguindo orientações federais. Quem propôs e quem aprovou de forma violentadora também constará na história. Já temos a envergadura suficiente para enfrentar a tirania. Aprendemos isso ao longo do tempo e da mesma forma, a eficácia de oferecer o que temos de melhor diante da covardia: a coragem que nunca nos falta.

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