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Informação de qualidade: cinco dicas para sobreviver na infodemia

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Existem cinco dicas de higiene mental que podemos adotar para que a informação seja uma ferramenta útil, e não um flagelo para os nervos:

Limitar a informação. Os dados importantes sobre a pandemia não evoluem com tanta rapidez a ponto de precisarmos passar o tempo todo conectados às notícias. Se já sabemos as cifras do dia, o resto são declarações de políticos, comentaristas, debates etc. Esse excesso de informação, mais do que nutrir nossa necessidade de saber, acaba virando infoxicação, um termo cunhado por Alfons Cornella, fundador da empresa Infonomía. Por questão de saúde, convém cortar o fluxo contínuo de notícias para decidir quando queremos receber nossa dose.

Escolher veículos rigorosos. No começo do século passado, o escritor T. S. Eliot já advertia que “conhecimento não implica sabedoria, assim como informação não implica conhecimento”. É algo a levar em conta em meio ao bombardeio de teorias que atribuem a pandemia a uma guerra biológica secreta, à instalação da rede 5G ou a um mecanismo de defesa da natureza para expulsar os parasitas humanos. Entretanto, essas hipóteses só geram mais confusão na nossa mente, esgotada pelo tema único e pela incerteza. A OMS já fala em infodemia para se referir ao excesso de informação sobre um assunto, formado em grande parte por boatos e rumores, o que não é útil e acaba sendo contraproducente.

Silenciar os grupos do WhatsApp e similares. Como alguns participantes dispõem de muito tempo livre, estas comunidades virtuais são um poço sem fundo de lixo informativo. Em um esforço para evitar os boatos e o excesso de informação, a própria empresa que administra o serviço de mensagens, hoje pertencente ao Facebook, vem tomando medidas contra o reenvio de textos. Mesmo assim, se dosarmos ou fechamos a torneira das redes sociais, recuperaremos tempo, energias e serenidade.

Compensar o negativismo com evasão. Mesmo adotando as medidas anteriores, continuaremos expostos à situação que mantém o planeta inteiro sobressaltado. Especialmente nas últimas horas antes de ir dormir, uma medida de higiene mental muito necessária é nos distrairmos com conteúdos que não tenham nada a ver com a pandemia que estamos vivendo. Seja um romance de aventura ou um filme cômico, necessitamos de histórias agradáveis que nos permitam desconectar e recuperar a calma necessária nestes tempos.

Dormir melhor para encarar o dia de forma positiva. O médico Eduard Estivill, fundador da Clínica do Sono, observa que a qualidade do descanso foi afetada pelo confinamento, apesar de passarmos mais tempo na cama. Antes da pandemia, a média de sono dos adultos na Espanha era de 6 horas e 45 minutos. Entretanto, atualmente estão aumentando os casos de insônia, e muita gente admite sofrer mais pesadelos. Isto se deve, segundo o especialista, ao relaxamento dos horários e hábitos, o que desajusta nosso relógio interno, e à sobrecarga de informação alarmante ao longo do dia. Além de estabelecer horários, Estivill recomenda limitar a informação a uma dose pela manhã ou no começo da tarde, e desconectar no resto da jornada para melhorar a qualidade do sono, e com isso poder encarar estes dias estranhos de forma mais positiva.

Francesc Miralles é escritor e jornalista especializado em psicologia. Reprodução El País.

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