Diferente da ânsia publicitária da Prefeitura de Salvador em promover números relacionados com situações específicas, um levantamento realizado pela Folha de S. Paulo – a partir dos registros de vacinação nos sistemas oficiais do Ministério da Saúde e das estimativas populacionais mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – aponta que a capital baiana ainda é a 19ª colocada na vacinação na faixa de mais de 70% da população.
Apenas 60% dos elegíveis para a vacinação foram imunizados com duas doses ou dose única, segundo o levantamento apresentado pelo jornal. Mesmo com a estratégia de “Liberou Geral” para imunizar moradores de outras cidades, a capital baiana ainda não superou o índice desejável para taxa de imunização.
Cerca de 260 mil pessoas estão sem iniciar ou completar o ciclo vacinal em Salvador. Segundo os dados, 87 mil pessoas correspondem ao público-alvo da estratégia, a partir dos 12 anos, outras 150 mil estão com a 2ª dose atrasada. Em relação à dose de reforço, o número de pessoas com atraso é de 28 mil. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a taxa de letalidade do coronavírus no Brasil é de 2,8% e a taxa de mortalidade por cada 100 mil habitantes é de 293,2.
“Temos um vírus que não reconhece fronteiras geográficas para se deslocar em pouco tempo pelos continentes. A vacinação e as medidas sanitárias servem para garantir a proteção mínima. A nossa cidade é uma rota para o mundo turístico e precisamos aumentar o lastro vacinal para garantir diminuição da contaminação, bem como, a consequente ocupação de leitos de UTI. O que vemos na capital baiana é uma estratégia que acontece a cada dia e uma divulgação que não permite alcance da população. Da mesma forma, a cobrança da vacinação para servidores públicos deveria ter sido iniciada como forma de dar exemplo. São vários fatores que precisam ser aplicados para a eficácia da vacinação na cidade”, apontou o presidente da ASMS, Humberto Costa.
Passaporte vacinal – A liberação de eventos com mais de cinco mil pessoas, além de diminuição de exigências sanitárias como distanciamento e restrições no comércio causam receio em parte da população. Festas e outras aglomerações deveriam exigir comprovação do ciclo vacinal com as duas doses, mas o que se tem conhecimento é de controle afrouxado nesses locais. “Precisamos reafirmar o passaporte vacinal como obrigatoriedade para o cidadão. A liberdade não pode ser transformada em libertinagem que permite riscos à vida alheia. Temos que adotar medidas que estimulem a vacinação e a biossegurança coletiva”, concluiu Costa.
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