Na última semana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição e o recolhimento de lotes de medicamentos contendo o princípio ativo Losartana, uma das medicações mais prescritas no mundo e primeira linha no tratamento da hipertensão. Diretora Científica da Sociedade Baiana de Nefrologia, a médica nefrologista Ana Flávia Moura ressalta que o uso da Losartana é seguro e não deve ser interrompido sem o conhecimento médico.

“Essa ação da Anvisa não tem a ver com a substância Losartana, mas sim com a presença de algumas impurezas relacionadas ao processo de fabricação do princípio ativo, detectadas na formulação desse medicamento. Portanto, não há recomendação para interromper o uso da Losartana. Mas sim substituir esses lotes por outros mais seguros, da mesma substância”, destaca a médica nefrologista.

Além do tratamento da hipertensão, a Losartana também tem importante papel na proteção renal, sendo muito utilizada para controle da perda de proteína pela urina e para retardar a progressão da doença renal crônica. “Os benefícios associados à Losartana são importantes para o controle adequado de diversas doenças e a suspensão inadvertida dessa droga pode trazer prejuízos irreversíveis para o paciente”, frisa Ana Flávia Moura.

Também na semana passada, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) emitiu nota e comunicou que não há ainda a necessidade de “atividades não programadas”, a exemplo de inspeções, por parte das divisões de vigilância santitária em empresas que fazem parte da cadeia de fabricação, distribuição e comercialização de medicamentos. A solicitação de interdição dos lotes com a presença da impureza “azido” em concentração acima do limite de segurança aceitável também acontece em outros países, como Alemanha, Australia, EUA e Portugal.