O governo federal apresenta hoje uma ferramenta para bloquear instantemente celulares roubados e barrar os acessos a contas de bancos e serviços por meio do aparelho. No desenho da proposta, batizada de Celular Seguro, uma das promessas é bloquear também, em até 10 minutos, os aplicativos das redes bancárias, bem como as mensagens via SMS.
Para isso, haverá um aplicativo e um site único, abrigado no portal gov.br, que funcionará como uma espécie de “botão de segurança” para casos de roubos ou furtos. O acionamento poderá ser feito pela vítima ou por alguém de confiança previamente cadastrado.
— Já temos a API (interface), integrada com todos os bancos, testada. A maioria deles (bancos) diz que vai bloquear o internet banking em até no máximo dez minutos, a partir da comunicação. Além disso, as operadoras de telefonia vão passar também a bloquear a linha e o SMS, porque é através de SMS que os ladrões conseguem resgatar as senhas — disse ao GLOBO o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.
No caso dos bancos, o aplicativo será por adesão. Todos os bancos filiados à Febraban, que reúne a maior parte do setor bancário brasileiro, aderiram.
Meta (dona das redes Facebook, Instagram e WhatsApp), Google e aplicativos de transporte como Uber e 99 vão assinar nesta terça-feira um protocolo de intenções para integrar ao sistema do governo. A Zetta, associação que representa empresas de serviços financeiros digitais, também participará do convênio.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já tinha esse protocolo de segurança com bloqueios dos aparelhos. A ideia agora é nacionalizar e tornar mais ágil esse mecanismo, por meio do uso do site ou aplicativo. Atualmente, o Ministério da Justiça estima que a vítima pode levar até uma hora para fazer o registro do crime, via central eletrônica.
Bancos e Anatel terão mecanismos para reverter eventuais enganos de consumidores ao acionarem o botão de segurança. Uma pessoa pode dar falta de um celular e bloqueá-lo antes de encontrá-lo em algum lugar. Haverá um mecanismo para reabilitá-lo. O projeto não substitui o registro de boletim de ocorrência, em caso de roubo ou furto, mas facilita o processo de mitigação do dano ao consumidor, reduzindo o risco de perdas financeiras ou invasão de privacidade.
Publicado originalmente em O Globo. Reprodução citada a fonte
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