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Louco é quem diz que saúde mental é besteira

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A pandemia desnudou um cenário que era negligenciado pela sociedade: a saúde mental. Por anos a fio, esse fio esteve perto do curto circuito explosivo e a doença causada pelo vírus foi o estopim de uma nova onda na saúde pública.

A depressão, ansiedade e desânimo causados pela desesperança e o medo da morte a cada respiro trouxeram à tona, a necessidade de cuidados com a saúde mental. As pessoas passaram a perceber a fragilidade da mente diante dos seus olhos antes incrédulos.

Marcas profundas ficarão no pós pandemia. Famílias que perderam entes e amigos guardarão abalos mentais eternos. Profissionais que atuam no combate à pandemia que tem suas forças minadas a cada plantão não serão os mesmos quando isso tudo acabar (se é que acabará um dia).

A política de saúde mental precisa de investimentos suficientes e adequados à manutenção dos serviços de qualidade e a valorização de seus heróicos profissionais. Cada CAPS é um alento para a cidade, pois abrigam a resistência em favor de dignidade nesse campo da saúde.

Enquanto vemos a proliferação de comunidades “terapêuticas” movidas por dogmas religiosos e política que buscam enriquecimento de seus líderes – utilizando pacientes como mão de obra -, os profissionais da saúde mental na rede pública e nos consultórios privados realizam trabalhos de comprovada excelência.

Nosso orgulho de representar esses profissionais é imenso e por isso permanecemos firmes na luta por investimentos na saúde mental pública como forma de equilibrar a sociedade e manté-la sadia.

Louco é quem pensa em contrário, pois ainda existe quem acredite que saúde mental é besteira, enfim, louco é quem diz isso.

Humberto Costa é presidente da ASMS.

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